sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O velhote do síndrome de diógenes...

Havia um velhote que morava na mesma rua que eu cerca de 1km de distância da minha casa. Coleccionava lixo. Tinha uma compulsão enorme para acomular pilhas de objectos inúteis com a intenção de os desmontar e aproveitar cada pedacinho deles.
Tinha apenas um defeito, puxava e exibia sempre um grande maço de notas para pagar um simples café.
Achavamos-lhe piada e então atiravamos-lhe com zarabantas improvisadas carregadas de bolotas secas nele e nos seis seis cães, estes que durante a tarde se esfregavam e masturbavam no chão em frente do quintal dele.
O seu lixo era tanto que, além do seu próprio quintal, também já tinha alastrado para fora da casa dele, até que um dia a câmara municipal veio e levou-lhe o lixo todo. Desde que eu o conheci foram 10 anos de lixo e da vida do homem que lhe levaram, ele olhava, imóvel, do outro lado da rua à remoção de tudo o que lhe era mais valioso, o seu lixo. Chamávamos-lhe o Parasita, que sofria do síndrome de Diógenes. Foi brutalmente assasinado a tiro para lhe roubarem o rolo de dinheiro que ele exíbia. Morreu.

Sem comentários: